segunda-feira, 12 de maio de 2014

Política

E província
Poderia ser província e política o título. Qualquer que seja a escolha do leitor sustenta-se um ou outro (título) no que expressa a terrinha de cada um de nós em qualquer lugar deste 'país de São Saruê'. Dizemo-lo porque não vemos muita coisa diversa de Itabuna – foco imediato – da Bahia – foco mediato.

Assistimos trechos da entrevista do ex-prefeito Fernando Gomes ao programa Alô Cidade Debate, da TVI, edição do último sábado 10. O matreiro político desfraldou sua experiência e observação. Afastada a intervenção do entrevistador Rui que o questionou sobre possível incoerência entre FG criticar Wagner por não concluir o Teatro/Centro de Convenções enquanto tal equipamento fora promessa não cumprida do então governador Paulo Souto, hoje ‘solução’ fernandista para a Bahia, tudo transcorreu como sói transcorrer quando FG é o centro de atenção.

Sabe disfarçar a resposta, fugindo do objetivo se lhe é inconveniente, e se manter centro respeitoso de atenção.

De sua entrevista uma coisa ficou afirmada: não pretende ser candidato a prefeito em 2016 (afirmativa de que o é, desde que problemas jurídicos não o impeçam), bem como continua a defender a privatização do serviço de água e esgoto do município (EMASA).

Defendeu veementemente a candidatura de Paulo Souto para governador, Geddel para senador, Fábio Souto para a Assembleia Legislativa e José Carlos Aleluia para a Câmara Federal. Naturalmente – ainda que tenha dito que não prejudicará candidato locais – não vê nos conterrâneos nomes para a grandeza de seu apoio.

E desancou, naturalmente, as candidaturas da situação.

Nada de novo no front. O que saiu da boca de Fernando Gomes é natural, a ele coerente. Político ultrapassando 40 anos de carreira (somado aí o período de ‘ensaio’ no governo de Oduque Teixeira, como secretário de administração), ainda que ausente deste ou daquele período em termos de mandato, não lhe pode ser negado o epíteto de liderança suficientemente construída, com público cativo e fiel, capaz de influenciar até parcela do eleitorado mais jovem na esteira do conjunto de obras que põe em seu currículo e que a memória pode trair, se não cobrada.

E muitos que gastam precioso tempo para nos ler indagarão em torno das razões deste debruçamento em torno de Fernando, suas idéias, seu jeito de fazer política neste espaço.
É que Fernando é a província falando. Não como o “Cuma” – a sátira que lhe fazem – mas como expressão desta terra.

Que se ‘prepara’ para o futuro com os de ontem, porque os de hoje não andam a demonstrar competência para permanecerem 40 anos em evidência. Não que os de antanho sejam melhores e perfeitos. Mas são a única resposta à indignação imediata.

Itabuna província. Como a Bahia. Que ‘inova’ ensaiando o retorno dos que a governaram por outros 40 anos e dela afastados porque não mais a serviam.

Itabuna e Bahia. Esqueceram-se nos grotões.


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