terça-feira, 20 de agosto de 2013

Apertando

O cerco
Não sabemos como tudo chegará ao fim. Ou como será o decupado para o roteiro final escolhido. Estamos nos referindo a AP 470, tantos são os vícios formais materiais e doutrinários que alimentam as provas encontradas para condenar muitos dos réus. 

Há, por exemplo, um inquérito instaurado pela Polícia Federal (o famoso 2474-1/140), solicitado pelo ministro Joaquim Barbosa, que rastreou toda a movimentação financeira da Visanet, o qual demonstra que não houve desvio de dinheiro público - móvel de inúmeras condenações por corrupção ativa e passiva.

Dito inquérito - pasme o leitor - não integrou os autos da AP 470, justamente porque a 'justiçaria' pretendida pelo então Procurador-Geral da República Roberto Gurgel e o ministro relator Joaquim Barbosa ficariam sem as "provas" que pretendiam para alcançar as condenações finais.

No particular da Visanet - em vez de procurador-geral e relator se utilizarem do inquérito da Polícia Federal - a prova consistiu no depoimento de uma funcionária, Danevita de Magalhães, que afirmava ter Pizzolato mandado que ela assinasse documentos para campanhas publicitárias que serviriam de simulação para desvio de recursos para campanhas políticas. Clique para ler a denúncia do fato em novembro do ano passado, no Rede Brasil Atual em http://www.redebrasilatual.com.br/blogs/helena/2012/11/pagamento-suspeito-a-testemunha-chave-pode-causar-reviravolta-no-mensalao

Consta do inquérito da Polícia Federal que a referida funcionária recebeu em sua conta bancária 25 mil reais.

Ora, diante do depoimento de uma funcionária que provavelmente pretendia salvar a própria pele (fato que Joaquim Barbosa tinha conhecimento através do inquérito 2474-1/140) e o inquérito da Polícia Federal o ministro relator Barbosa (nem mais se fale do procurador-geral Roberto Gurgel) preferiu o primeiro. Porque servia à sua pretensão justiceira. 

Reitere-se que o inquérito foi solicitado pelo próprio ministro Joaquim Barbosa à Polícia Federal. No entanto manteve em segredo suas conclusões até dos demais ministros, levando-os mesmo a cometer injustiças, a partir do depoimento suspeito da dita funcionária da Visanet. 

Alguém, assinado Tomi, em comentário ao texto "Sobre o depoimento da ex-gerente de mídia do Banco do Brasil" publicado no www.advivo.com.br, assim se expressou: "Em um país com um Judiciário menos corrupto e mais civilizado, diante de tantas manipulações e falsificações, quem iria para a cadeia seriam juiz e procurador".

Caso reconheçamos a "corrupção" de que trata o comentarista como falta de caráter, tem toda a razão. 

Razão por que podemos entender o que leva o ministro Joaquim Barbosa à postura que exerce como presidente do STF quando confrontado em seus 'deslizes'.

A ponto de encerrar sessão quando o cerco se aperta.

Ou, quem sabe!, para confirmar o dito pelo cientista político da USP, Celso Roma, em entrevista ao Estadão: "Suprema Corte Americana é um mundo secreto e a brasileira um reality-show.


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