quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Causa

E causador
Vereador da região rompe com prefeito e coloca cargos à disposição. Cinco são os cargos por ele indicados junto ao Poder Executivo, diz o próprio edil. Não nos interessa aqui nomes - de vereador e de cargos - mas o fato em si.

A investidura em cargo público - afastados os "comissionados" - prescinde de concurso. Naturalmente o vereador está se referindo a cargos comissionados, aqueles ditos também "de confiança", os "de livre nomeação".

O vereador também se diz solidário aos servidores municipais que clamam por melhoria salarial e não têm encontrado resposta positiva do prefeito.

O prefeito municipal - como dezenas de outros - alega não poder atender aos reclamos do funcionalismo por aumento salarial por se dizer no limite do percentual fixado em lei para despesas com pessoal.

Apenas um vereador - tomemos como amostragem - detém o controle da indicação de cinco cargos. Considerando que cada um dos 21 vereadores tenha aritmeticamente promovido igual número de indicações, só a partir de vereadores dito município "absorveu" 105 "cargos de confiança" e se houvéssemos de  reconhecer a modesta remuneração de cada um no equivalente ao salário mínimo o indigitado município gasta com indicações dos senhores edis uma bagatela que supera os 100 mil reais mensais. Que pode ultrapassar os 200 ou 300 mil reais a cada mês se dobrarmos ou triplicarmos a remuneração efetivamente recebida por cada um dos indicados.

Cálculo primário permite concluir em torno de uma despesa anual que varia entre 1,2 a 3,6 milhões anuais apenas com "indicações" dos senhores vereadores. Dinheiro bastante para atender a muito pedido: de aumento salarial a investimentos em Saúde e Educação. 

A espúria relação entre Poder Executivo e Poder Legislativo, admitindo um e outro tal tipo de interferência, levará à insolvência dos municípios. Não por falta de dinheiro, mas de vergonha, aliada à má gestão (onde um dos menores referenciais é esta espuriedade).

A crise tem nome, causa e causador: uma classe política que esqueceu de administrar a coisa pública em benefício da população para fazê-lo em benefício particular.


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