quarta-feira, 14 de agosto de 2013

O ataque

Como defesa
O governador paulista Geraldo Alckmin anuncia processar a Siemens por cartel em licitações de obras em São Paulo.

Risível a iniciativa de encontrar cartel em uma só empresa. Afinal, já público e notório, que outras empresas estão envolvidas, como a Alstom, a Bombardier. Cheira a iniciativa a calar as demais.

As revelações que vão surgindo alimentam um escândalo que tende a tornar-se um dos maiores já montados no Brasil, que pode ultrapassar a casa de bilhões de reais em recursos desviados para o bolso de políticos e de dirigentes de empresas estatais paulistas, todos vinculados às "vestais da moralidade" tucana.

Vemos a iniciativa de Alcmin tão somente como um procedimento de defesa. Afinal, a clássica expressão futebolística de que 'o ataque é a melhor defesa" parece estar sendo aplicada ao propinoduto paulista. No caso, os fatos revelados pela Siemens embutem desdobramentos ainda não palpáveis.

Já se fala, por exemplo, em recursos do esquema denunciado pela multinacional irrigando a famosa "lista de Furnas", montagem mineira para formar caixa 2 com recursos da estatal. Não fora recursos da Usiminas, para avivar a memória.

Não nos esqueçamos que o então deputado Roberto Brant (PFL) afirmara haver recebido diretamente da Usiminas, e não da DNA de Marcos Valério, os 100 mil reais que o jogavam na "lista".

Processar a Siemens por cartel não responde à pergunta fundamental: para onde foi o dinheiro da corrupção em São Paulo, ocorrida nos últimos 20 anos de vários governos do PSDB?

Aí o centro do problema. Esconder o destino do dinheiro criando o factóide da apuração por cartel.

Simplesmente atacando para se defender.



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