domingo, 8 de abril de 2012

DE RODAPÉS E DE ACHADOS - 8 de Abril de 2012

AdylsonQuando o tema se esgota em si mesmo, um rodapé pode definir tudo e ir um pouco além.  
Adylson Machado

                                                                              

Explicação

E lemos que “Franceses de direita praticam menos sexo” (do Diário de Notícias de Lisboa). Ditas investigações nos deixam a dúvida do que representam de utilidade. Mormente pela vertente de sexo e ideologia.
Mas, para nós fica uma conclusão: natural que assim ajam. Afinal, como mundo a fora, já faz sexo com a sociedade e a classe trabalhadora, estuprando-os com suas idéias e ações de governo.
Na dúvida, perguntem aos imigrantes de França.

Tirando o sofá

carta goiásEm postagem para o Rastilhos da Razão Comentada, no http://adylsonmachado.blogspot.com/ de segunda 2, a informação de @goiasseculo21 de que a edição de CartaCapital havia sido surrupiada das bancas de Goiânia.
Se a borreira não bastasse o Procurador-Geral do Estado de Goiás, Ronald Bicca, a jogou no ventilador, ao anunciar que vai processar a revista por considerar a capa e a matéria principal da edição semanal ofensivas ao Estado e ao governador Marcondes Perillo. (De Mirelle Irene, de Goiânia, para o Luís Nassif Online, no http://www.advivo.com.br/).
Como cabe a Sua Excelência a defesa dos interesses difusos do Estado de Goiás, o exercício da atividade não deve ser confundida com a advocacia para o governador. Particularmente, no que diga respeito ao Estado, a atuação mais condizente seria determinar a instauração de procedimento para apurar as denúncias. Todas documentadas, diga-se de passagem.
Mas tirou uma de marido traído. E como no caso da mulher flagrada com o amante no sofá, pretende ver retirado da sala o sofá.

Não dá para acreditar

Não fora a fonte diríamos ser uma mentira deslavada: o PT de Barueri pretendia apoiar o candidato do DEM, não o fazendo graças à intervenção de Edinho Silva, do Diretório Estadual.
Ah! A fonte: Carlos Chagas no http://www.tribunadaimprensa.com.br/ desta sexta 6.
Nada a ver com GS e FG.

Base aliada

Carlinhos Cachoeira, amigo de Demóstenes, fazia inveja a muita gente. Tem gente do PSDB, do PP, do PPS, do PTB e... do PT que bebia vinho do contraventor e comandante-chefe da jogatina. Inclusive política.
Uma bancada fiel, de fazer inveja a Dilma.

Vai virar piada

A passagem de Ideli Salvatti pelo Ministério da Pesca financiando o milagre de uma plantação de mandioca, que nasceu criatório de peixes.
O pessoal, na crueldade, esquece que a agricultura tem mil utilizações: ou para isca; ou para o timbó.

Premiação

betãoO itabunense Carlos Betão venceu o Prêmio Braskem de Teatro para o troféu de melhor ator por sua interpretação em Sargento Getúlio (baseado na obra homônima de João Ubaldo Ribeiro).
O espetáculo, a quinta produção do Teatro NU, também premiado pelo Braskem como o melhor espetáculo de 2011, viajará para apresentação na mostra oficial do festival internacional Porto Alegre em Cena. (Fonte: http://adylsonmachado.blogspot.com/).

Aprendendo por osmose

Sabido e consabido que estacionamento em Itabuna é sinônimo de caos. A ausência de planejamento, aliada à inoperância ou “inapetência” (como diz Juvenal Maynart) da administração municipal para com a gestão da cidade, transformou a busca por estacionar em exercício de paciência e caminho para estafa.

Tratando de estacionamento sob a égide da Prefeitura, tudo compreendemos pelas razões acima expostas. O que não entendemos é que a iniciativa privada, descompromissada que “aquelas” mazelas que afetam a gestão municipal, se dê à prática osmótica de trazer o caos de ruas, praças e avenidas para o Shopping Jequitibá.

A expansão que o fez mais bonito e próximo do que existe nos grandes centros não foi acompanhada no quesito oferta de vagas para estacionar. E, para completar, nossos gênios dão de reduzir o pouco espaço existente para fazê-lo ocupado por novas construções.

Na contramão

Por demais sabido que pelo menos três aspectos se destacam para atrair clientes a um shopping: a segurança, a concentração de ofertas em ambiente agradável e a certeza de estacionamento. Em Itabuna, em vez de ampliar a oferta de vagas, reduz-se.


Considerando a força e o poder da influência dos gênios da Prefeitura que planejam a mobilidade urbana em Itabuna, do menos concentrado para o mais concentrado, somente pela versão popular para o fenômeno da ciência biológica pode-se compreender o que está a ocorrer com os que buscam estacionar no Shopping Jequitibá.

Burocracia estúpida

O judiciário, não fora fatores como a inoperância de muitos magistrados e serventuários, encontra na processualística um entrave, naquilo que denominamos de “burocracia processual”.

A privatização dos cartórios extrajudiciais, de imediato acompanhada por uma desmedida atualização das custas, foi anunciada como redenção para o consumidor. Rapidez seria o lema. Falácia.

Baiano registrado em Itabuna se deslocou de Minas Gerais em busca de uma segunda via do assentamento no Registro Civil, na terça-feira 3. De logo avisado que não teria como levar o pretendido, nem mesmo no dia seguinte.

E ouviu a explicação absurda: ainda que de imediato recolhesse as custas o Cartório depende da confirmação do Tribunal para que ele (o cartório) seja autorizado e possa emitir o documento, o que leva em torno de 48 horas.
Ou seja, o TJBA (que fica com 25% da receita) desconfia de todos, desde o titular do cartório até o mísero contribuinte. Não queremos crer que esteja a julgar, como no velho ditado, os outros por si.

Frente

Certo amadorismo afeta lideranças que se disseram integrar a frente partidária que hoje reúne PCdoB, PSC, PDT, PV, PRB. Todo mundo quer ser o máximo.

Geraldo na espreita

A propósito, sabendo do compromisso selado entre os que integram a frente, o PCdoB o cumprirá, quando da definição, caso um outro candidato esteja à frente de Wenceslau?

É o que andam vazando. Vane teria ultrapassado os dois dígitos. À frente do cururu.

Gana

Geraldo Simões estaria assegurando para seu reduto o PRTB de Milton Gramacho.

Não sabemos se o vereador, que já perdeu programa na rádio Difudora, vai se converter ao PTdoG.

Estigma

Geraldo Simões ainda vai sofrer muito com essa história de vassoura-de-bruxa. Verdade ou não, conseguiram lançar no imaginário regional a responsabilidade de GS, não comprovada nas investigações da Polícia Federal.

Quem muito contribui para isso é parcela da estirpe “bloco do eu sozinho”, agarrada aos cadarços do deputado, rastejantes muitos, que dele dependem para conseguir um emprego aqui ou ali.

Um deles, por exemplo, em tempos idos, do que dizia em mesas de bar, fazia jactar-se de andar plantando “nós” em cacauais. O seu amor ao etílico pode tê-lo levado a dizer besteira, para aparecer. Mas quem o ouviu não esqueceu.
Não à toa um documentário “O Nó: Ato Humano Deliberado” (ver “Para não esquecer – O Nó”, no http://adylsonmachado.blogspot.com/ de sexta 6) como naquela música infantil, incomoda muita gente. Dois “nós” incomodam muito mais.

Certas companhias são, e serão, para GS, eternos “nós”, como o documentário. A razão por que as tolera só ele e Deus o sabem.

Juvenal Maynart

Rodapeando naquele 13 de novembro de 2011 fizemos inserir o título “a.M – d.M” e o texto curto e mensageiro: “Assim vemos a CEPLAC sob a nova chefia: antes e depois de Maynart”.

Entendíamos pelo que conhecemos de Juvenal, suas provocações, proposições e questionamentos, que sacudiria as estruturas viciadas do órgão. Jogaria tudo para perder ou ganhar. Sem meio termo ou concessões.

Ao que deixa transparecer, pelos resultados em poucos meses de gestão, mexeu com os brios da instituição e abriu caminhos que andavam tomados de mato.

Revolução

Podemos estar errado. Mas, tudo indica, a proposta da CEPLAC para a Conferência Mundial do Meio Ambiente Rio + 20, da ONU, em junho, na cidade do Rio de Janeiro, arrebatará os olhares do planeta para a região cacaueira, como exemplo de preservação com atividade econômica, tendo por reduto e palco a Mata Atlântica.

Diferente, muito diferente, daquela proposta comandada por Paulo Alvim e acólitos que fez reduzir a MA em quase 50% a partir dos anos 70, como observa Warren Dean em “A Ferro e Fogo – história e devastação da Mata Atlântica brasileira”, edição da Companhia das Letras (1996).

Há embutida na proposta da Conservação Produtiva uma revolução que não se curvará ao tradicional choro e acender de velas somente em busca de recursos de bancos oficiais.

Nela, o mais importante, o cacauicultor será olhado com a dignidade e o respeito que merece, pela importância que representa para a sobrevivência do planeta.

Novo vetor

Inteligentíssima a idéia de tornar o produtor depositário da MA, percebendo por isso, reflorestando onde necessário, reduzindo a expectativa de extinção de indivíduos e espécies. A mata deixa de ser, como tem sido, tão somente cobertura e se torna elemento de conteúdo econômico. Não mais a cobertura desprovida de valor que apenas cobre a terra nua para atender à cobiça financeiro-especulativa.

Fênix

Demais disso, a ação concreta de Juvenal Maynart e sua proposta, nascida do conjunto ceplaqueano, demonstra que a CEPLAC é centro de inteligência científica que dispensa propostas de reducionismo ou vinculação a outros ideários.
Esquecidas e não-valorizadas pesquisas e pesquisadores ocuparão o espaço que lhes estão reservados e exigem ser reconhecidos, por merecimento, no cenário científico.

A não ser que os poderosos da indústria de fertilizantes e quejandos, em mantendo a sua força onde lhes interessa, consigam impedir que a proposta da CEPLAC de Juvenal chegue aos líderes mundiais que estarão na Rio + 20, para voltarem a vender BHC e agente laranja.

Ataque

Tornou-se famosa pela qualidade da carne-de-sol. Não de agora o abate semanal em Itororó envolve centenas de cabeças. Não há dados exatos, mas pode não ser inferior a quinhentas reses. O que supera dois milhares a cada mês.

O sonho de frigoríficos é abater para atender à demanda da antiga Itapuhy. Sonho antigo. Na esteira disso a comercialização do couro, um dos grandes negócios da atuação frigorífica.

Deram de divulgar, anonimamente, as circunstâncias em que hoje ocorre o abate em Itororó, que não atenderia às exigências da vigilância sanitária. Que determina, entre outras coisas, a saída da rês abatida somente depois de alcançada uma determinada temperatura de resfriamento.

O ataque à carne-de-sol de Itororó, que visa não necessariamente aquela que a tornou famosa, configura a busca de apropriação de parcela significativa dos negócios com ela envolvidos (couro, fato, ossos etc.), além de retirar da economia local, entre outras coisas, cerca de quinhentos empregos diretos.

A falácia

O que menos está em jogo são as questões de saúde pública. Itororó trabalha com carne-de-sol. Ou seja, sal é o produto básico para sua elaboração. Ao lado, naturalmente, da técnica e de alguns segredos detidos pela turma.

O que poucos querem lembrar, dentro da especificidade da carne-de-sol, é justamente que ela é processada à base de sal. O mais antigo conservante descoberto pelo homem.

Um detalhe: nada na natureza, nenhum ser vivo (a não ser marinho), sobrevive à concentração do sal.

Sem medo de errar

Em que pese da tradição da política nunca ser afirmado algo antes que aconteça o processo eleitoral em Itororó tende ao que antes seria inimaginável: político das hostes do PFL, hoje moribundo DEM, trafegando por siglas outras, apoiar a reeleição de Adroaldo Almeida do PT.
Essa a leitura que fazemos, a partir de uma entrevista concedida por José Vitalino Neto à FM Itapuhy, na quarta-feira 4, ouvida enquanto degustávamos uma carne-de-sol em Quincão.

Lamentava Vitalino não ver reconhecida uma fidelidade de duas décadas a Edineu Oliveira, que declinou de lhe dar apoio nesta sua pretensão de buscar a Prefeitura. Tal atitude sela o rompimento entre dois, foi taxativo. Afirma irreversível a sua candidatura, mas deixou nas entrelinhas que derrotar o próprio Edineu (que pretende lançar sua esposa Rita candidata, diante da inelegibilidade que o alcança) não está descartada.

E para não perder a oportunidade pediu votos para si e para os candidatos a vereador de seu partido, dando número e tudo. Ou seja, antecipou a propaganda eleitoral.

Conclusão

Nesse particular a nossa ilação: Vitalino Neto, bacharel afeto à advocacia eleitoral, não promoveria campanha antecipada, pondo em risco a própria candidatura (caso alguém resolva impugná-la fundado na propaganda antecipada), se não estiver utilizando a precipitação como motivo para decisão futura.

Que tem por saída apoiar Adroaldo Almeida. Único instrumento para derrotar Edineu Oliveira.

Majestoso

O poema de Schiller (1759-1805), “Ode à Alegria”, despertou em Beethoven fazer da voz humana um poderoso instrumento na orquestração. Inspira o quarto movimento da Nona Sinfonia, sobre ele assentada toda a arquitetura da composição, uma das grandiosas obras da música universal.

O vídeo que hoje trazemos traduz a grandiosidade da proposta betoviana, com um coro de 10 mil vozes, adultas e infantis, no Concerto em Osaka, no Japão, em novembro de 2011, regido por Yutaha Sado, em memória dos mortos pelo tsunami. Para ser visto e ouvido até o final, que nos enternece e emociona às lágrimas.

Cabe-nos registrar que a grandiosidade do Coral encontra precedente no Brasil. Villa Lobos lotou o São Januário, estádio do Vasco, onde regeu milhares de vozes de todos os corais do Rio de Janeiro, entoando música brasileira, para motivar o que fizera implantar nas escolas, durante o Estado Novo: o ensino de música, então denominado Canto Orfeônico. (Este momento está lembrado em “Villa Lobos – Uma Vida de Paixão” (2000), dirigido por Zelito Viana.


Cantinho do ABC da Noite

cabocoAlguém pergunta por um cliente, respeitado advogado aposentado, que frequenta quase diariamente o ABC da Noite, mas somente o fazendo ao meio-dia, sob a alegação de que não pode “perder a novela” noturna.

Cabôco leciona ao aluno:

– Aquele só vem no 1º tempo, não agüenta o 2º.

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Adylson Machado é escritor, professor e advogado, autor de "Amendoeiras de outono" e " O ABC do Cabôco", editados pela Via Litterarum

Matéria postada originalmente no Site O Trombone

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