quarta-feira, 20 de março de 2013

A procissão

E os tempos
Expectativa houve. Para não dizer especulação. Se o prefeito Claudevane Leite participaria da Procissão de São José. (Aqui com letra maiúscula, por nela reconhecermos um fato religioso e social que repercute, pela importância, no calendário municipal).

Alguns imaginavam certa a sua presença pela circunstância de ser o prefeito e como tal fazer-se alheio ao aparato religioso que percorre ruas exaltando a imagem do genitor de Jesus Cristo, fato particularmente sensível à fé praticada por Vane, que vê em tal imagem não um centro de veneração e sim de adoração e idolatria.

O prefeito não se fez presente. Tudo bem, normal, compreensível. A contrário senso seria exigir que um prefeito católico praticante comparecesse a uma sessão de descarrego, destas que pululam em espaços de religião contemporânea.

No entanto, presente às cerimônias todas em louvor a São José o vice-prefeito Wenceslau Júnior, então representante do município. Ao lado dele, nas fotos que flagraram o trajeto, substanciosa representação do PCdoB, porque ladeado por Davidson Magalhães e Luiz Sena.

Então volvemos nossas lembranças a um passado de quarenta anos, quando a Igreja Católica ensaiava do púlpito os sinais da Fé em defesa da família, da democracia e da propriedade prestes a serem feridas de morte por um governo que encontrava apoio em desordeiros e comunistas comedores de criancinhas, razão por que a intervenção se fazia imprescindível, não importava o modo e o meio. E que deu no que deu.

Pacientemente a turma esperou. E os “comedores de criancinhas” caminham junto com os detratores de ontem.

É a procissão e os tempos. Outros tempos! Desmentindo álibis que a história quer revisitar. A demonstrar que a fera não é tão fera assim. Ou, pelo menos, não mais o é.

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