sábado, 9 de março de 2013

Ontem

E hoje
Vagando por entre gôndolas de supermercado em busca de assegurar a sobrevivência encontramos professor Samuel. Conversa vai, conversa vem, política local (do passado ao presente) e, por fim, um pouco de literatura. Nos disse Samuel, "grapiúna da Abissínia", que por aqui andou Mário Palmério. Indaguei se o escritor. Confirmou que, em terras grapiúnas, pousou o autor de Chapadão do Bugre, obra de grande escopo e um dos grandes textos da literatura brasileira.

Mário Palmério somente publicou dois livros. Terra dos Confins, o outro. Chegou à Academia Brasileira de Letras por méritos que hoje não têm muitos dos que por lá aportam, mais aventureiros que descobridores dos meandros que notabilizaram Machado de Assis.

Veio-nos à mente personalidades outras que andaram por Itabuna. Raquel de Queiroz, uma delas. O poeta Marghella, escapado antes de ser encontrado e morto pela ditadura militar, protegido de Manuel Leal enquanto aqui esteve. Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir, também hóspedes de Leal.

E Mário Palmério, como agora nos lembra Samuel.

Impusemo-nos registrar a conversa com Samuel, diante da informação, para lembrar do que representou Itabuna, em pretérito não tão distante, se comparada ao que percebemos hoje. Dos tempos da impressão tipográfica ao ofissete, passando pela linotipo.

E para não nos alongarmos, diante do que pretendemos como conclusão, encaramos parte considerável do que nos é trazido como literatura grapiúna contemporânea.

Afastados os que fazem parte de parcela da velha guarda, quase nada temos de louvável. Encontramos textos que parecem haver saído de mente indigente tirada a inteligente - para lembrar Sérgio Porto, no heterônimo Stanislaw Ponte Preta.

Mais próximos, ditos textos, de corresponder ao sentimento exposto por Agripino Grieco (1888-1973), ranheta paraibano e respeitado crítico e ensaísta literário, diante de determinado texto que lhe fora apresentado para comentário, para o qual definiu a apresentação ideal: ser encadernado em couro de jumento para fazer jus ao conteúdo”. 


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