domingo, 31 de março de 2013

Destaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS

Quando um tema se esgota em si mesmo, um rodapé pode explicar tudo e ir um pouco além
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Cravo neles!
Cientistas do Inpa desenvolvem inseticida feito com cravos-da-índia (do G1). 60 cravos misturados em uma xícara grande água, tudo batido no liquidificador, resultam num produto que matou, em laboratório, larvas do Aedis em 24 horas.

Só restará a iniciativa
A Comissão da Verdade, que teve prazo fixado em dois anos para concluir seus trabalhos, se encontra sob fogo cerrado. Antes, o acesso a documentos se tornava o entrave maior; hoje, nem tanto. Algo já veio à tona. Mas, muito tímida a sua atuação até agora.

Pelo andar da carruagem o legado deixado estará no âmbito de ter sido criada. E pouco realizado.

Neste caminhar pouco saberemos do muito que ocorreu. Razão por que ter existido se tornará algo “do outro mundo”.

Laico, mas nem tanto
O argumento de o Estado Brasileiro ser laico, ou seja, desvinculado da intervenção das religiões, ou de uma em particular, como ocorreu durante o Império, tem levado a situações como a de alguns questionarem até o uso do crucifixo em ambientes públicos.

Uma guinada pode estar em andamento: o reconhecimento das entidades religiosas, entendidas como esta ou aquela igreja organizada em nível de representação.

Tal correrá se aprovada pelo plenário – como já o foi na Comissão de Justiça e Justiça e Cidadania, da Câmara dos Deputados – a admissibilidade da proposta de emenda à Constituição nº 99/11, de autoria do deputado João Campos (PSDB-GO), incluindo as entidades religiosas no universo daquelas que podem propor ação direta de inconstitucionalidade e ação declaratória de constitucionalidade junto ao Supremo Tribunal Federal. (Do sítio da Câmara).

Hoje a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil e a Convenção Batista Nacional estariam entre as entidades com legitimidade para questionar uma lei junto ao STF.

Falta avançar em outra vertente: cobrar tributo dos templos, como ocorre em alguns países civilizados.  

Difícil de explicar
Muito difícil de explicar, já que justificativa não há sob a ótica da redução de custos. Na Paraíba, o Ministério da Integração Regional, através do Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra a Seca), decidiu utilizar cisternas de plástico em lugar das tradicionais de placas de cimento. O detalhe fica no custo de uma e outra, com equipamento e instalação: a de polietileno 5,9 mil reais; a de cimento, 2,2 mil. Detalhe: as de polietileno já instaladas já deram problema técnico, como rachaduras etc.

A denúncia vem de famílias e organizações de agricultores da região do Polo da Borborema, do sítio Aspta.org.br.

Resolvemos transformar em números o absurdo cometido: como o universo de beneficiados nos municípios a ser atendido consumirá 300 mil cisternas temos uma diferença entre 1,5 bilhão de reais (polietileno) e 660 milhões (de cimento). Praticamente um gasto desnecessário de 840 milhões de reais, o que possibilitaria a construção de outras 420 mil cisternas.

Registre-se que a instalação de cisternas de placas de cimento concentra na região, beneficiando diretamente a população local, os recursos financeiros que ora passam a se destinar à indústria de plástico.

O expressado por José Camelo, coordenador da Aspta-Agricultura Familiar e Agroecologia, “Até 2011, 7.146 famílias foram beneficiadas nos 14 municípios da região do Polo da Borborema, isso significa 14 milhões de reais injetados na economia local; se essas cisternas fossem de polietileno, este recurso iria, na sua maior parte, para uma única multinacional com sede em São Paulo”.

A moderna indústria
A denominada “indústria da seca” se notabilizou por utilizar a tragédia em fonte de enriquecimento para a casa-grande, nordestina em particular.

Pequenos açudes a aguadas que davam trabalho e mísera remuneração ao sacrificado retirante que perambulava em busca de comida naturalmente eram construídos em terras que não lhe pertencia.

Na modernidade do plástico as cisternas de polietileno passam a se constituir a contemporânea “indústria da seca”.

Cisma
Declara o senador Cássio Cunha Lima SUS preferência pela candidatura do colega Aécio Neves, pelo PSDB (Do PBAgora). Opinião que poderia ser interpretada pela proximidade geográfica e, talvez, um certo ranço retirante diante de José Serra, paulista de costados. Sua complementação, no entanto, não deixa dúvidas quanto ao que ora acontece no seio do tucanato: “há um constrangimento quase generalizado dentro do PSDB com a postura recente de do ex-governador e ex-presidenciável José Serra”.

O desgaste é grande e pode levar Serra a deixar a sigla (por não ser o candidato a presidente pelo PSDB). É o que afirmam analistas. Pode sê-lo a Governador de São Paulo. Não pelos tucanos, que tentarão reeleger Alckmin.
Para quem já foi absoluto não deixa de ser um desgaste.

Que mais fragiliza os tucanos, às vésperas do pleito de 2014.

E como o pentecostal José Serra é dado a segurar imagens de Nossa senhora Aparecida, ou mesmo proferir orações de fazer inveja a Malafaia em templos evangélicos, sua saída não se constituirá em divisão, mas cisma.

Outros tempos
Ronaldo Nazário, o Ronaldinho, comentará, para a rede Globo, a Copa de 2014. Caso João Saldanha estivesse vivo certamente perderia espaço para o artilheiro da Copa de 2002, quando prevalecesse a lógica da mídia de resultados (financeiros).

A distância entre ambos, no entanto, é de anos-luz. Mais a registrar a descredibilidade que vai ocupando o jornalismo esportivo.

Família, a nova empresa
A antipática declaração da então senadora Benedita da Silva (PT), de que quem não pudesse não contratasse domésticas, vai adquirindo realidade.

A unidade familiar, como tal, torna-se similar à empresa no que toca aos direitos oriundos da relação de emprego, incluindo FGTS e horas extras.

O detalhe fica na circunstância de que, diferentemente da empresa, a família não tem como repassar o custo para o consumidor.

Editor no horizonte
Mal dormita Eduardo Anunciação nas planícies da Eternidade e já anunciada a publicação de livro sobre ele, a ser lançado no próximo dia 28 de julho. É o que nos disse Marco Wense. O autor da façanha de descobrir e publicar segredos de “Gaguinho” é o nosso valoroso escriba – escrevendo em regime de escala – Daniel Thame.

Vai precisar de editora. Não tarda a montar.

Ainda há tempo
As críticas à administração municipal, às vésperas dos 100 dias da posse, devem ser encaradas como um alerta, acendida a luz amarela. A admirada construção do primeiro escalão, que não mais repercute como antes, nestes três meses não encontrou correspondência nos segundo e terceiro. E estes são os que realizam a gestão.

A relação com a Câmara de Vereadores pode destruir o projeto, ainda não trazido a público, do prefeito eleito como esperança de melhores dias.

Que neste instante aparece como persona distinta. 

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DE RODAPÉS E DE ACHADOS é uma coluna do autor publicada semanalmente em www.otrombone.com.br

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