sexta-feira, 29 de março de 2013

Tradição

Em queda
Da BBC News em Paris, nos chega através do Luiz Nassif OnLine no www.advivo.com.br a informação de que a França começa a refletir sobre algo que entende grave, porque vinculado às suas raízes: o consumo de vinho está em queda.

Os estudos sinalizam para o fato de que nas três últimas décadas os francesas saíram de um patamar de 51% de adultos que consumiam diariamente o néctar dos deuses (em 1980) para 17% na atualidade. Com o agravante de que hoje a proporção de franceses que nunca bebem vinho dobrou no mesmo período, alcançando os 38%.

Os dados são do FranceAgriMer, órgão que supervisiona as políticas do Ministério de Agricultura e Pesca e remetem à possibilidade de que aquela gente, por demais exigente (para não dizermos intransigente) na defesa de seus valores e tradições, esteja a perdê-los, o que pode configurar uma ferida aberta na identidade nacional.

Pelo menos, essas as preocupações imediatas. De nossa parte, queremos entender que, naturalmente, quem mais se ressente não é a cultura de França mas a indústria vinícola.

Essa a leitura que fazemos, a partir de dados contidos na matéria: em 1965 o consumo per capita estava em 160 litros/ano, decrescendo para os atuais 57 e despencará para 30 nos próximos anos.

Como elemento da identidade cultural o consumo de vinho deixou os ambientes frequentados pela nobreza e o clero em torno da monarquia com a Revolução de 1789, que o estendeu ao povo, retirando dele a imagem aristocrática e, inegavelmente, impulsionou a economia francesa nos séculos seguintes. 

Não neguemos que, sob este aspecto, contribuiu para a afirmação do movimento na construção do imaginário popular de uma autoestima amparada na igualdade, como ideal revolucionário, ao lado da liberdade e da fraternidade.





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