sexta-feira, 3 de maio de 2013

Ironia

Que o seja!
A defesa de José Genoíno, em sede de embargos de declaração, ao tratar do cerceamento de defesa, trilhou, dentre outras vertentes, por lembrar da impossibilidade de leitura das 8.405 folhas do acórdão que enfrenta, a partir de uma observação de um ministro do próprio STF, Cezar Peluso, posta às fls. 51.739 dos autos:

"Ontem, assistindo, por acaso, porque cheguei um pouco mais cedo em casa, a certo programa da televisão, vi um locutor de jóquei-clube - que, como todos sabemos, irradia muito rapidamente, mais rápido que o andar dos cavalos - lendo parte do processo. Chegou-se à conclusão de que, se mantivesse o mesmo rítmo de dicção, ele levaria aproximadamente um ano para ler as cinquenta mil páginas deste processo".

A conclusão óbvia, levantada pela defesa é que, em rítmo de jóquei-clube, levaria pelo menos sessenta dias para ler o acórdão, enquanto Sua Excelência, ministro Joaquim Barbosa lhes oferecera dez dias, depois que outros ministros o pressioanram para ampliar o prazo inicial concedido, de cinco dias.

Ironia que o seja, a citação de um ministro da Corte sobre o tempo necessário para ler o processo, por si só, escancara o cerceamento de defesa para ler uma peça nova - o acórdão - em 10 dias da publicação, quando necessários pelo menos sessenta.

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