sexta-feira, 21 de junho de 2013

Oportunismo

E desfaçatez
Não nos cabe condenar a utilização do instante por este ou aquele partido político. As manifestações de rua em andamento no país passam a ocupar o espaço que alimenta a sucessão presidencial. A manipulação da oportunidade faz parte do jogo político-partidário-eleitoral. E em tal jogo feio é perder, assim o dizem "nossas raposas". Mormente se perdemos porque não utilizamos o que tínhamos em mão para utilizar.

No entanto – ainda que respeitando o direito de fazê-lo – beira a desfaçatez o uso da oportunidade como o faz o PPS. Trabalhando o imaginário da população – e, mais que isso, a memória curta de parte dela – utiliza de inserções no rádio e na televisão para jogar a culpa de tudo sobre o PT (porque governo, a vidraça natural) pelo estado em que se encontra o Brasil, incluindo o risco do retorno da inflação.

Claro que joga com as cartas que estão à mão. A inflação no patamar em que se encontra está sob controle e nem de longe se assemelha àquela herdada no imediato da posse de Lula, em 2003. Assim, se a inflação não desandar nada perde o PPS, porque perdido está em seu projeto para 2014, caso o caos não ocorra.

Jogando com o esquecimento
O PPS tira de santo, como se não tivesse contribuído para o que aconteceu no país no imediato que antecede 2003, quando Lula assumiu. Ao lado do PSDB e do DEM, forma a estrutura oposicionista em busca de um caminho, sem candidato que represente confiança para o eleitorado, não é o melhor arauto contra as atuais mazelas que diz o Brasil passar.

Justamente porque faz parte da construção de uma herança que o país precisa esquecer no plano de política econômica (não que a atual seja perfeita): dilapidação do patrimônio público a preço de banana que levou ao capital privado a TELEBRÀS, a VALE DO RIO DOCE, as distribuidoras de energia etc.; inflação de 25% ao ano (acima de 2% ao mês) no final da era FHC (PSDB-PFL/DEM-PPS), reservas internacionais medíocres. desemprego acima de 12% etc.

Apenas para contrapor em torno dos pontos acima citados:

1. ainda que muitos entendam como privatização, as parcerias público-privadas trouxeram outra forma de remuneração e evita a transferência pura e simples do patrimônio;

2. a inflação, que ultrapassava 12% está em torno de 6% ao ano, reduzida à média 0,5% ao mês;

3. as reservas internacionais, em 2002, estavam em 36,2 bilhões de dólares; hoje, em 376,1 bilhões (valores de junho);

4. desemprego, acima de 12% em 2002; hoje abaixo de 6%.

O PPS insinua que o Brasil está em crise. Quer fazer crer que somos Grécia, Espanha, Portugal. É a desfaçatez absoluta, para quem deseja voltar ao projeto que fez quebrar o Brasil por três vezes no período de FHC, que vivia de pires na mão junto ao FMI.

Quer que esqueçamos. Tem alvo certo: a geração entre 16 e 26 anos, que não sabe o que acontecia e porque acontecia. Aquela que não tinha como entender o caos que existia, julgando-o como surgido agora. Como insinua o PPS.

Um comentário:

  1. Concordo com tudo que você escreveu, professor Adylson. As pessoas precisam conhecer melhor esse "ex-comunista" do PCB, traidor e oportunista; hoje a serviço do capital internacional e da burguesia interna. Repetindo: tudo que você escreveu é verdade, e tem mais!... (De São Salvador)

    ResponderExcluir