segunda-feira, 1 de julho de 2013

A consciência

Dos fatos
Divaga o articulista a partir de leituras, das recentes às fixadas na memória. Como o mais importante acontecimento no Brasil recente mais diz respeito às mobilizações populares em seus diversos matizes (menos ideológicos e mais viscerais), ainda que vivendo a realização de um sonho (o de sediar as grandes competições esportivas, em especial de futebol, internacionais - a última ocorrera há 63 anos, mais pelas circunstâncias que por méritos) não percebemos o que nos leva a fazê-lo sem o domínio e a consciência dos fatos que nos envolvem, além do que emana do imediato a que levados.

"Esse malfadado neoliberalismo morreu com a última crise capitalista americana, (mas) vivemos respirando o odor desse cadáver insepulto" - lemos no corpo de "A revolta do passe livre", de Afonsinho na CartaCapital 754. Transita ainda o articulista da semanal pelo fato de que "Os modos de relacionamento propostos pelo poder hegemônico que dita as regras no mundo de hoje são uma vergonha para a história do homem".

A consciência dos fatos os vê Afonsinho: de que o que está a nos acontecer, atingir, repercutir encontra no sistema a fonte de todos os males e virtudes, mais males que virtudes. 

Somos o marionete dos sonhos. (Como outros o são mundo a fora). Enquanto gritamos por melhoria no transporte e clamamos pela transferência de recursos públicos administrados em favor do serviço ansiamos por possuir o automóvel que alimentará o engarrafamento, porque assim nos convence a propaganda. Para tanto, melhor a desoneração tributária que alimenta as remessas de lucros das montadoras - aviltantes pela dimensão - para seus países de origem, todos em crise mais profunda.

E passamos ao largo da razão dos fatos. Que acontecem sob competente regência dos que "pensam" o mundo ao sabor de seus interesses.

Não compreendemos que não passamos de cobaias. Tampouco começamos a ver a apropriação de sonhos de mudança para manutenção do estado de coisas.

E mais nos veio à mente: talvez vivamos em Antares, a de Érico Veríssimo, onde o incidente que espanta e constrange desaparecerá quando os que controlam hegemonicamente os nossos destinos escreverem que nada do que está contecendo aconteceu.

Que tenhamos consciência pelo menos desse fato.


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