domingo, 14 de julho de 2013

DE RODAPÉS E DE ACHADOS

Quando um tema se esgota em si mesmo, um rodapé pode definir tudo e ir um pouco além

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Um brinde para nossos leitores

Existimos
A denuncia de que os Estados Unidos espionaram milhões de e-mails e ligações de brasileiros pela Nacional Security Agency-NSA, a ‘agência de segurança nacional’ lá deles, elevou o Brasil ao nível de segundo país mais monitorado da América Latina.

Não enveredamos pelas violações a direitos individuais. Afinal, por lá inventaram uma guerra permanente contra o terror onde todos somos suspeitos, quando não “terroristas” em potencial. Tendo o controle da informação os EUA são o porta-voz da verdade que implantam. É o ‘grande irmão’ presente em nossa intimidade. Apenas descobrimos que o que imaginávamos existente somente em enredos de filmes de espionagem é algo mais concreto.

De nossa parte, encontramos a resposta para algo que nos atormentava: descobrir quem diariamente nos acessava dos Estados Unidos. A constância dos acessos, caso a vaidade fosse alimento, nos levaria a imaginar que “Amendoeiras de Outono” e o “ABC do Cabôco” ocupavam o território estadunidense repassados por dedicado conterrâneo.

Marco histórico
Inegavelmente – ainda que as primeiras manifestações do movimento se façam presentes na declaração de independência dos Estados Unidos – o ideário iluminista está refletido revolucionariamente na Revolução Francesa, que tem como símbolo a Tomada da Bastilha, em 14 de julho de 1789.

O que é considerado símbolo, no entanto, apenas é uma das etapas do processo revolucionário que marca a gênese da Era Contemporânea.

Mensalão mineiro
O ex-Procurador-Geral da República, Claúdio Fonteles, em entrevista concedida à revista Congresso em Foco culpa o ex-ministro Ayres Brito por “deitar” sobre o “mensalão mineiro” desde 2003.

Já sobre o “petista”...

O ‘outro texto’: os pontos
Prometemos retornar ao tema do corporativismo profissional, textuado em “Ato corporativo”, publicado na sexta 12, quando transitamos pela classe médica. 

E o fazemos para analisar a celeuma criada a partir da proposta do Governo federal de trazer médicos estrangeiros para atender às necessidades de “rincões” deste país, sejam nas periferias do território ou dos centros urbanos.

Na esteira da proposta mudanças no tempo de estudo (mais dois anos) com a obrigação dos formandos para atendimento ao SUS, com autorização provisória para clinicar e remuneração.

Duas vertentes se expressam, portanto: 1. A vinda de médicos estrangeiros; 2. A atuação de estudantes brasileiros na área de saúde pública.

Há, ainda, uma sinalização como contraponto à reação dos órgãos classistas de que seja mantido o processo denominado “revalida” para os médicos estrangeiros (como atualmente), de que a avaliação ocorra para os médicos recém-formados.

A falácia
A classe médica organizada vende a proposta do Governo de trazer profissionais do estrangeiro como se fosse uma novidade e invenção nacional. Descobre-se que muitos outros países o fazem, incluindo os Estados Unidos e o Reino Unido.

Outra versão, a de que atuação obrigatória em serviços no imediato da conclusão do curso é agressão ao exercício livre da profissão por um Governo que estaria intervindo na liberdade individual. Na Inglaterra o formando de Medicina corresponde à obrigação de prestar serviço no National Health Service.

A pergunta e a resposta
O que precisa ser indagado aos senhores que condenam a iniciativa do Governo Federal é se dispomos de profissionais para atender às regiões e localidades carentes de médicos. Para não perguntar se entre eles há vontade de fazê-lo. Ou mais: se estão preparados para tanto.

Paulo Moreira Leite toca na ferida em “O extremismo dos doutores”: “Além de poucos médicos em relação ao número de brasileiros, o Brasil tem médicos formados de acordo com as conveniências do mercado privado de saúde, que procura especialidades mais rentáveis e mais promissoras para suas carreiras – mas que nem sempre são aquelas que atendem às necessidades da maioria da população”.

E mais disse: “O mais equipado posto de saúde é apenas um hotel de luxo sem a presença de um médico. Uma simples garagem pode ser um consultório razoável e contar com um médico para atender quem precisa de seus serviços”.

De nossa parte, a provocação: pergunte ao carente, dependente do serviço público de saúde, como vê a proposta do Governo e a reação dos órgãos dirigentes da classe médica.    

Reserva de mercado
A insistência com que os dirigentes da classe médica tratam o denominado “revalida” (prova de avaliação de profissionais formados em outros países para que possam ser inscritos nos CRMs) dá a entender que o conteúdo de Medicina ensinado no estrangeiro é totalmente diferente do ministrado no Brasil. Ou seja, o que é estudado lá fora não tem nenhum valor porque difere do ensinado aqui.

O tal revalida é uma espécie de defesa corporativista da classe médica brasileira, assim como o Exame de Ordem da OAB. Tanto que, para corresponder às exigências da avaliação somente instituições credenciadas para tal, que cobram fortunas para “revalidar” um diploma obtido no estrangeiro.

Ora, como o formando brasileiro está dispensado de uma avaliação nos moldes da realizada pela OAB (o que é por demais justo, afinal todos são iguais perante a lei – só o estudante de Direito é diferente) e diante da idéia de que estão aptos plenamente ao exercício da Medicina – o que não correria com os formados no estrangeiro – já pensa o Governo (vai ouriçar a turma) em aplicar também o “revalida” para os recém-formados no Brasil.

Ou seja – utilizando outra interpretação – se o formando estrangeiro precisa ser “conferido” por que também não o nosso?

Médicos estrangeiros
A classe médica organizada levanta uma série de dúvidas em relação à atuação de colegas estrangeiros no Brasil. Dentre elas a de que ditos profissionais desconheceriam nossa realidade, assim como aspectos da grade curricular oferecida por nossas escolas de Medicina, que estariam voltadas para aquela realidade.

Para tanto, afirmam que o necessário reside na viabilização da atuação dos formados no Brasil, pelo Governo Federal, e não na ‘importação’ pura e simples dos pretendidos 6.000 profissionais.

Na forma como postas as argumentações parece que o Brasil inova na iniciativa e que o déficit existente pouco significa, bastando para ser resolvido que os investimentos ocorram.

Vemos exacerbada a reação quanto à vinda de médicos estrangeiros para atuar em áreas específicas, contratados pelo Governo Federal.

Da contradição à solução
A reação se espelha numa contradição: se há médicos em quantidade suficiente por que o esvaziamento de postos de atendimento médico? Dizem que faltam condições e não há segurança com a atual situação, mais levada por humores político-administrativos nos municípios carentes, os destinatários naturais da vinda de estrangeiros.

Tal ocorre, evidentemente. Afinal, médicos são contratados, não recebem e são trocados como peças de máquinas. No entanto, caso suas remunerações estejam vinculadas diretamente ao Sistema Único de Saúde (essa a luta maior que precisa ser defendida) o problema da insegurança financeira desapareceria.

Restaria, então, saber se a remuneração atende aos reclamos do profissional. Aí é onde se encontra o “x” da questão. Que pode ser contornado para atender às ambições individuais e as possibilidades do erário.

Um município de nossa região, por exemplo, remunera o profissional do PSF com 12 mil mensais para oito horas diárias duas vezes por semana.

Nada mudou
Profissional de rádio se afasta – se não entendermos que foi afastado – da Rádio Difusora. As razões estão presentes no desencontro de interesses: alguns radialistas querendo exercer a profissão; a emissora, pretendendo tê-los sob controle político. Isso o que fica nas entrelinhas das explicações e justificativas.

Sem fazer apologia à atual gestão e propriedade da Difusora, estranha-nos apenas que os fatos atuais pareçam encobrir os de antes. Afinal, a emissora sempre esteve a serviço da política individual: antes, com Fernando Gomes, hoje com Geraldo Simões.

Nada muda. Só o dono.

Fotografia
O município de Itabuna disporia de 23 milhões em caixa para aplicar em obras a partir deste segundo semestre. A lamúria da falta de dinheiro e da herança maldita fica um tanto mal explicada.

Obras pontuais – já que dinheiro há – evitariam a imagem desgastada do prefeito nos níveis em que está.

A única coisa que justifica guardar dinheiro para iniciar obras neste segundo semestre é a possibilidade de gerar fotografias.

Caso Davidson Magalhães esteja entre os fotografados está explicado.

Descobriu o óbvio
Passarinho cantou que o Major Serpa desistirá formalmente de ingressar no PCdoB. Perdeu a confiança nos cururus. Entendeu que poderia levar a votação pessoal de que dispõe tão somente para alimento do quociente eleitoral dos meninos. Além de se tornar apenas elemento de manobra. 

Se não houver reviravolta deve anunciar a decisão no máximo até segunda-feira 15.

Descobriu o que muitos sabem.

PCdoB
O partido que rompeu com o PCB (criado em 1922) em 1962, por não concordar com a linha desenvolvida por Prestes, encontra duas biografias para seus membros: a dos que viveram, a partir da dissidência, as agruras da repressão (João Amazonas, Haroldo Lima dentre muitos) e a dos que nadam em mares calmos utilizando-se da organização (rígida) do partido para ambições pessoais.

O que nos chama a atenção é a ausência de Haroldo Lima – não falemos de Luiz Nova – na atuação à frente do partido na Bahia. Em nosso meio Luiz Sena parece estar marginalizado, ou cumprindo quarentena.

O novo anjo
Circulam conversas de que a deputada Ângela Souza terá o apoio do prefeito Claudevane Leite em 2014. A reeleição da ilheense teria no povo grapiúna comandado por Vane uma parcela de reconhecimento pelo trabalho em “defesa” da manutenção dos limites entre Ilhéus e Itabuna, que rouba de nosso território a área onde instalados o Macro e o Atacadão.

Certamente sua contribuição para prejudicar Itabuna tende a encontrar o reconhecimento de nossa cúpula administrativa. Tanto que o ‘anjo’ ilheense estaria cobrando/pedindo cargos na administração de Itabuna, o que não consegue em Ilhéus.

Memória
O filme “Terra Violenta”, da Atlântida Cinematográfica, inspirado no romance “Terras do Sem-Fim”, de Jorge Amado, tem muitas cenas rodadas em Ferradas. Dezenas de figurantes locais contribuíram para o trabalho de Edmond Bernoudy (diretor americano que foi auxiliar de direção de Alfred Hitchcock em “Correspondente Estrangeiro”) e Paulo Machado. O ano da produção é 1948.

Integraram seu elenco Anselmo Duarte, Graça Melo (destaque de crítica), Maria Fernanda, Mário Lago, Sady Cabral, Grande Otelo, Ruth de Souza, Ziembinski, Heloísa Helena dentre as três dezenas de atores e atrizes.
Música de Lírio Panicali e canções de Dorival Caymmi e José Carlos Burle.
O que poucos sabem é que ainda está vivo um daqueles figurantes: Giovani, ali no bairro de Fátima, tomando uma cervejinha no bar de Zé Paulo.
   
Comemoração
Evento promovido pela ACATE e a AGRAL no próximo dia 19 de julho, às 19 horas, marcará um ano da retomada de funcionamento do Teatro Sala Zélia Lessa como espaço cultural e comemoração dos 30 anos de teatro da atriz Eva Lima.

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Coluna publicada na íntegra no www.otrombone.com.br aos domingos

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