terça-feira, 23 de abril de 2013

Água

Para os que podem
O empresário austríaco Peter Brabeck-Letmathe, presidente da Nestlé desde 2005, defende a privatização da água como forma de conter seu desperdício. Em texto veiculado nesta segunda 22 por @joseperea no www.abadiadigital.com ("El agua no es un derecho, deberia tener un valor de mercado e ser privatizada") defende a limitação de consumo humano a 30 litros diários (5 para beber e 25 para higiene pessoal).

Ainda que razão tenha quanto aos atuais critérios para consumo individual (200 litros/dia) falta ao empresário definir como chegar água, ainda que nos limites dos 30 litros/dia por pessoa, aos rincões do planeta onde o precioso líquido praticamente inexiste.

E mais: como ocorreria a caridade, em termos de opção capitalista (onde o lucro é a tônica), financiando água para os miseráveis do planeta que em muitas regiões sobrevivem com um dólar por dia.

Certamente que o fenômeno econômico da escassez alcança a água, tornando-a "negócio" promissor para quem a explore. Falta, no entanto, perceber que o que está em jogo não é o "negócio" mas a sobrevivência do homem em muitas regiões.

Duro em todo isso é ouvir de um empresário, cuja empresa é uma líder em venda de agua engarrafada, que "A água não é um direito, deveria ter um valor de mercado e ser privatizada".

Para ele, assim podemos entender, quem não tenha dinheiro para comprar água, que morra.

Conquistas seculares no âmbito do Direito Natural, como a liberdade e a vida, vão-se pelo ralo da ambição desmedida, quando alimento e, agora água, deixam de ser direito do Homem.


Nenhum comentário:

Postar um comentário