domingo, 28 de abril de 2013

Alguns destaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS

Quando o tema se esgota em si mesmo, um rodapé pode explicar tudo e ir um pouco além.

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De volta
A CNBB que ir ao encontro dos mais pobres. Diríamos, lembrando de outros tempos, ir ao reencontro. As Comunidades Eclesiais de Base foram dilaceradas em seus propósitos e há quem fale em sua reutilização.

Talvez a Igreja tenha razão ao redescobri-las.

No entanto, os tempos são outros. Como a Igreja Católica enveredou pelo pentecostalismo vai precisar de muita oração, água e areia do rio Jordão. Porque faltam lascas da cruz de Cristo, esgotadas em campanha de outra pentecostal.

Verdade ante servilismo
“A classe dominante nunca será capaz de resolver a crise. Ela é a crise.” – afirma Rob Riemen, filósofo holandês, autor de “Eterno Retorno do Facismo”. E prossegue: “Não vão resolver a crise porque a sua mentalidade é extremamente limitada e controlada por uma única coisa: seus interesses”. E sinaliza as razões por que tal postura é alimento do fascismo: “...a classe dominante só entra em pânico quando perde a autoridade moral. Sem a autoridade moral, só lhe resta o poder que se transforma em violência”. (Do ionline.pt).

Compreenda-se com o expressar de Rob Riemen a pancadaria das polícias, a mando dos governos, contra as vítimas do sistema. Compreenda-se o surrupiamento de poupanças populares e públicas para garantir os especuladores. Compreenda-se a promoção da fome e do desemprego para manter o status quo dos nababos.

Na esteira de tudo isso o servilismo dos que escrevem em defesa de uma ordem econômica nefasta ao Homem.

Raposas e galinhas
Em “Literatura Oral no Brasil” Câmara Cascudo transita por todas as vertentes disponíveis, nacionais e estrangeiras, para explicar a razão e a origem de lendas, tradições, danças, poética, contos, autos e mitos brasileiros a partir da fonte primeva de sua observação como pesquisador: o imaginário nordestino.

Bebendo as lições de Cascudo encontro na página 79 da edição de 2001, a fonte de elementos desse imaginário, quando expõe as estranhas e às vezes contraditórias figurações de animais no mundo das fábulas, tradutoras do espírito moral, pondo-as neles o enredo para contrapor o humano.

Encontra o autor “nas esculturas e baixo-relevos de catedrais”, que remontam à Idade Média, o que vê como “anedotas satíricas, representações cuja letra desapareceu mas seria popularíssima na época”.

Dentre o muito observado o que se encontra na catedral de Amiens (França) nos despertou a atenção: uma raposa pregando do púlpito um sermão às galinhas.

Deduzimos que a raposa usa de todos os argumentos para convencer as galinhas a se deixarem comer para satisfazer o instinto predador da Pseudalopex.

Coisa assim de alguns ministros do STF falando das inovações conceituais que aplicam em casos quando em jogo a politização da alta Corte do Judicário. E da vocação predadora em relação aos demais poderes, em especial o Legislativo.

Piada
Escrevemos neste espaço sobre o risco que corria o governo, e a política econômica, em se deixar chantagear pelas “expectativas” do mercado e fizesse subir a SELIC. Quedou-se o Banco Central diante da pressão e elevou os juros básicos em 0,25%, ainda que pouco para o pretendido pela turma da especulação.

O tomate assumiu papel fundamental na “crise”. Hoje despencou. Como tende a acontecer com os preços de produtos cuja escassez se move pela sazonalidade, ao sabor das estiagens ou do aumento de chuvas etc.

Dirão os encantadores de serpente, travestidos de comentaristas econômicos, que a queda do preço do tomate é reflexo do aumento da SELIC.

Piada que será repercutida à exaustão. Com aplausos da turma do gargarejo que alimenta a especulação financeira.

Direitos para todos
A busca pela Justiça plena reside no princípio de tratar os desiguais de forma desigual.

No imediato da recente aprovação de lei levando ao trabalho doméstico todos os direitos antes alcançados pelos trabalhadores comuns (campesinos e urbanos) o fato foi exaltado como uma segunda libertação da escravatura.

Espera-se, doravante, um outro plano de luta: para que a plena igualdade dos direitos seja estendida aos trabalhadores comuns (campesinos e urbanos), tais como direito a pelo menos duas refeições por dia no local do trabalho às custas do patrão/empresa, lavagem de roupa no local de trabalho, lanche etc.

E o Governo reconhecer ao empregador doméstico o tratamento que empresas recebem e permitir a dedução de todas as despesas, inclusive salários, do Imposto de Renda.

Sem dispensar financiamento a juros subsidiados via BNDES.

Índios e mandioca
A mandioca chegou a preços inimagináveis. A farinha nossa de cada dia vai custando os olhos da cara. E não recua. Razão: a escassez.

Levantamos uma questão: sendo da tradição indígena, há plantio de mandioca nas áreas reocupadas pelos índios na reserva Paraguassu-Caramuru em Pau Brasil e Itaju do Colônia?

Ainda muito da farinha que consumimos vem de Buerarema, de áreas que os Tupinambás pretendem para si.

Não só o caos
Em Itabuna não só o alto volume desrespeita o vizinho ou o freqüentador deste ou daquele espaço. Como reflexo da atual fase da cultura local a qualidade do que nos é impingido beira a mediocridade.

Poucos podem ter a oportunidade que alcançamos, quando um vizinho se mudou para a casa ao lado. Um piano se faz ouvir. E na esteira Beethoven, Chopin, Schubert, Bach, Tchaikowsky. E música brasileira de qualidade.

Cítrica
Chega-nos o segundo número do periódico “Cítrica”, editado pela Fundação Cultural do Estado da Bahia. Destaques para a poética de Karina Rabinovitz, em texto de Thiara Filippo, e a entrevista com a cantora Márcia Castro.

Luz no fim do túnel
Informações há de que duas empresas pretendem se instalar em Itororó, ocupando os espaços que foram da Azaleia na sede do município e no distrito de Itati.

Com o baque do encerramento das atividades da calçadista no município as gestões para refazer postos de trabalho é alvissareira.

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