quarta-feira, 10 de abril de 2013

Da referência

Ao esquecimento
A memória de um povo é o instrumento que alimenta sua autoestima. Sem o registro dos fatos e dos personagens que os fizeram existir nenhuma história se constrói. A lembrança nos chega através dos registros. E o nome dado a esta ou aquela obra nos remete, de imediato, a retomar os registros elaborados em tempos pretéritos.

Neste espaço, em "Às favas a identidade", no domingo 7, levantamos crítica ao fato de que o estádio Octávio Mangabeira, conhecido como Fonte Nova, perdeu sua identidade na pessoa do ilustre baiano que, na condição de governador da Bahia, o construiu e o inaugurou no final de janeiro de 1951.

Criticávamos a omissão, refletida em todos os noticiários, do nome do ex-governador, um dos homens mais dígnos da história política da Bahia, repercutida na do Brasil. Partíamos da circunstância de que sendo agora Arena Fonte Nova "ninguém mais precisaria perguntar sobre quem foi Octávio Mangabeira". O que significa dizer que a referência foi lançada ao mar como cinzas de cremado. No caso específico, sem que o morto Mangabeira houvesse estipulado em ato de última vontade.

Por 100 milhões de reais a agora Arena Fonte Nova, ops! o Estádio Octávio Mangabeira, será denominada(o), durante dez anos, de arena Itaipava.

Para acabar de enterrar o nome de Octávio Mangabeira, definitivamente. Como deveriam ser sepultados, sem choro nem vela, os políticos atuais que não seguiram o exemplo do ilustre baiano.

Talvez aí a razão.

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